14º dia - Emoções Fortes em Wuhan


Olá!
Este é o 14º dia da viagem que eu e meu irmão realizamos à China no final de 2018. Nesse dia fomos na cidade de Wuhan! Essa mesmo, a cidade onde começou o Coronavírus. 

Mas nossas emoções fortes não tem nada a ver com isso, até porque foi um ano antes da pandemia, e o título dessa postagem já estava decidido antes da pandemia também. Foram emoções fortes boas e ruins, mas mais pelo fato de ainda não estarmos acostumados com muita coisa no país. Nessa postagem eu espero mostrar um pedaço de Wuhan que você ainda não conhece. Vem comigo!

27 de Dezembro, quinta-feira

Saindo de Hong Kong e Chegando em Wuhan

Saímos de Hong Kong de manhã cedo, passamos pela alfândega da China, que carimbou novamente nossos passaportes, e pegamos um trem às 8h para Wuhan. Por ser um pouco longe, foi uma longa viagem de 4h30, então chegamos lá por volta do meio dia e fomos direto pro nosso hotel fazer check-in. Como íamos passar poucos dias nessa cidade, escolhemos novamente a rede de hotéis chineses de baixo custo Jinjiang Inn, a mesma rede da parada estratégica em Quanzhou. Por ser um hotel mais simples, acabei não tirando foto, mas deixo aqui uma captura de tela do Baidu (o google chinês).

Fachada do Hotel (Street view do Baidu)


A Torre do Grou Amarelo

Depois de fazer check-in e deixar nossas coisas no hotel, fizemos um almoço rápido e caminhamos até um famoso ponto turístico da cidade, a Torre do Grou Amarelo. Localizada no topo de um monte, chamado Monte da Serpente, ela é uma reconstrução feita em 1981 de uma antiga torre que existia desde do ano 223, lá na época dos Três Reinos. Ela foi construída a mando de Sun Quan, o rei do Reino de Wu, para servir como uma torre de vigia, mas com o passar dos anos sua função militar foi esquecida e a torre passou a ser um local pitoresco, adorado por muitos e fonte de inspiração de vários poemas. Chegamos na base do monte e logo na entrada um jardim muito bonito, com uma fonte, pavilhões tradicionais, algumas estátuas, como a de Yue Fei, um famoso guerreiro chinês, que já comentei sobre, no dia de Hangzhou, alguns gatinhos pelo caminho e até uma pequena cascata. 

Jardim na entrada do monte e torre ao fundo
Portão do jardim
Estátua de Yue Fei
Gatinho
Outro gatinho simpático
Cascata

Fomos subindo o monte, passando por portões muito bonitos e mais alguns pavilhões até chegar na torre. A torre tinha 5 andares e mais de 50 metros de altura, mas por ficar no topo de um monte, parecia mais alta ainda. Logo ao entrar na torre, era possível ver uma grande arte em azulejos com a torre e o grou amarelo, que ocupava a altura de 2 andares. Nós subimos os 5 andares da torre e apreciamos a vista da cidade e do rio Yangtze. Estava um dia nublado, mas ainda assim, era uma paisagem muito bonita.

Portão no caminho para a torre
Pavilhão no caminho
Vista do monte
Torre do Grou Amarelo
Arte em azulejos no interior da torre
Vista em direção ao rio Yangtze
Continuação da vista
Vista em direção ao resto do monte

Saindo da torre, nós descemos o monte e passamos em uma área com várias lojinhas. Eu gostei muito de uma miniatura da torre que vi em uma delas, mas achei caro. O bom é que na cultura chinesa é muito comum pechinchar nesse tipo de loja! Então usei as poucas palavras que eu sabia em chinês como números e "muito caro" e pedi um valor bem mais baixo. O vendedor não gostou e reduziu um pouco o valor, mas bem pouco. Eu ainda achei caro, então fui me retirando da loja, aí ele me chamou e reduziu mais ainda o preço, deixando próximo do que eu tinha pedido originalmente. É assim que funciona pechinchar na China! Dá um certo nervosismo, porque às vezes os vendedores parecem ofendidos, mas na verdade eles já esperam esse tipo de coisa de chineses e turistas mais bem informados e, no fim, você pode sair com o produto que deseja quase pela metade do preço!

Miniatura que comprei

Nós ainda pretendíamos visitar um museu e um parque, mas já era quase 16h e o museu, que não era perto, fechava às 17h, e pra piorar, começou a chover, então o parque também estava fora de questão. Sendo assim, nós resolvemos voltar para o hotel e tirar um cochilo, até a próxima atração, que seria à noite. Nós estávamos bem cansados de subir o monte e depois as várias escadas da torre, então foi muito bom.

O Han Show

Saímos do hotel por volta das 18h para ir no teatro do Han Show, um lugar que realiza diariamente apresentações com dança, acrobacias, malabarismo, contorcionismo e muito mais, tudo inspirado na cultura Han, que é o principal grupo étnico da China. Mas até conseguir assistir, a gente ia passar por muita coisa. Começando que pra chegar já foi difícil. A gente foi de metrô e pra chegar no prédio, tinha que andar muito e atravessar uma rua super movimentada em horário de pico. E semáforo, cadê? Não tinha nenhum que nos ajudasse! Tinha faixa de segurança, mas os carros não paravam, e como era um cruzamento, eles vinham de tudo quanto é lado e mal tinha calçada! As pessoas simplesmente tinham que esperar um brecha e ir se enfiando! Sorte que tinha alguns chineses ali tentando atravessar também, então depois de alguns minutos de receio de ser atropelados, nós fomos seguindo alguns até conseguir chegar do outro lado.

Imagine atravessar essa faixa à noite, com pouca iluminação e um número ainda maior de carros

Ufa! Chegamos no prédio. Era um prédio muito bonito e chamativo, em formato cilíndrico e cheio de luzes de led. Compramos nossos ingressos pro show que era às 20h e depois fomos em uma lojinha ali perto comprar lanches. Voltamos pro teatro e como tinha armários e estávamos com várias sacolas, resolvemos colocar nossas coisas em um. Era proibido filmar e tirar fotos do show, então colocamos nossas câmeras nos armários também. Eram armários bem modernos, que nunca tínhamos visto! Tinha um painel para colocar o polegar e com a sua digital ele abria um armário. Na hora de pegar as coisas era só colocar o polegar de novo. Nós colocamos nossas coisas e depois tivemos a "brilhante ideia" de testar se abria mesmo. Meu irmão colocou o polegar, o armário abriu. Beleza, funcionou, fechamos o armário e saímos dali. E depois de uns minutos caiu a ficha. Na segunda vez que você coloca o polegar, é esperado que você tire suas coisas, mas nós deixamos lá. Então mesmo que o meu irmão colocasse o polegar de novo, aquele armário não abria mais, porque teoricamente já tinha sido usado, e então abria o próximo da fila. Nós ficamos muito assustados! Porque deixamos as coisas um tempo ali e o armário não abria mais! Não sabíamos se as coisas ainda estavam ali ou se alguém já tinha aberto aquele armário e pego. Nós tentamos explicar isso pras atendentes e elas ficaram "mas não tem como" e tentaram nos ajudar até, mas não abria. Então elas chamaram alguém do suporte e disseram pra gente esperar e foi uma meia hora de aflição com meu irmão quase tendo um treco porque a câmera cara dele estava lá... e enfim chegou alguém! A pessoa digitou um monte de coisa no painel do armário, parecia um hacker, e o armário abriu... e nossas coisas estavam lá! Foi um grande alívio! Nós agradecemos muito! E felizmente deu tempo de resolver isso antes do show começar.

Prédio do Han Show

O show começa com um casal da plateia sendo escolhido para ir ao palco. Na verdade, eles são atores e os protagonistas da história. Eles acabam sendo separados e passam por uma longa jornada até se reencontrarem e, em meio a isso, tem várias performances lindas. Uma coisa legal desse teatro é que em determinado momento alguns assentos mudam de lugar e a área em frente ao palco se enche d'água, formando uma grande piscina, onde os artistas performavam, fazendo acrobacias sobre a água e depois mergulhando e voltando à superfície, tudo também com muita tecnologia, grandes telas de led e lançadores de jatos. Era muito bonito! Vou deixar aqui um trailer oficial pra vocês terem uma ideia.


Foi realmente um dia de muitas emoções, tanto boas, como a satisfação de ver paisagens bonitas, a alegria de conseguir pechinchar e o prazer de ver um show tão bonito, quanto emoções não tão boas, como o cansaço de subir até a torre, a frustração da chuva, o medo de ser atropelado e o pavor de não saber se íamos recuperar nossas coisas haha. Mas no fim ficou tudo bem. Espero que eu tenha conseguido mostrar um lado de Wuhan que você ainda não conhecia! No próximo dia, vamos em uma cidade cheia de história, e eu vou falar um pouco mais sobre os Três Reinos também. Até!


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2 comentários :

  1. Belas paisagens (e gatinhos fofos!) e um belíssimo show, deve ter sido realmente maravilhoso apesar das desventuras, até a próxima postagem ^_^

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    Respostas
    1. Oii Jana! Bom te ver aqui!
      Que bom que gostou! Sim, apesar dos perrengues foi um dia muito legal ^^
      Eu sumi um pouco de novo porque peguei um trabalho freelance (além do meu trabalho de 8h), então o tempo estava curto, mas logo mais sai outro dia de viagem.
      Obrigada por sempre comentar! <3
      Beijos~

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