6º dia - Hangzhou e o Legado da Dinastia Song


Olá!!
Esse é 6º dia da viagem que eu e meu irmão fizemos à China em 2018 e nesse dia fomos em templos, museus e parques de Hangzhou, uma cidade famosa por ter sido a capital da Dinastia Song do ano 1138 a 1276.


19 de Dezembro, quarta-feira


Templo Lingyin

Acordamos bem cedo mais uma vez, agora para um bate e volta até Hangzhou, que fica cerca de 1h de trem de Shanghai. Chegamos na cidade por volta das 7h30 e pegamos um taxi até nossa primeira parada, o templo Lingyin, um dos maiores e mais visitados templos budistas da China. Ele foi construído por volta dos anos 300 por um monge indiano que deu o nome do templo (Templo do Retiro da Alma, em português) inspirado pela beleza natural do cenário encontrado lá. Antes de entrar no templo passamos por várias estátuas de budas e outros deuses budistas esculpidas nas rochas em meio a vegetação. Era um lugar realmente com uma aura diferente.

Esculturas nas rochas

Escultura de buda rindo

Entrando no templo de fato, a primeira coisa com que nos deparamos foi um enorme pavilhão amarelo de três andares. Ele era tão grande e majestoso que era difícil enquadrar ele na foto. Além desse pavilhão principal, haviam vários outros, cada um dedicado a divindades diferentes. Era uma área muito grande. Um pavilhão em especial nos chamou muita atenção. Visto de cima, ele tinha o formato de uma suástica invertida, um símbolo comum no budismo, presente na maioria dos templos, mas o que impressionava não era isso e sim o interior desse pavilhão. Dentro dele havia estátuas de bronze em tamanho real dos 500 arhats, os discípulos de buda. Todos eles estavam sentados, mas cada um com uma pose diferente e com expressões e objetos diferentes que davam muita personalidade a cada um deles. Infelizmente era proibido tirar fotos do interior desse pavilhão, mas era muito incrível o detalhismo das estátuas, dava vontade de aprender mais sobre eles.


Pavilhão principal

Mapa do templo

Pavilhão dos 500 arhats

Monges andando pelo templo

Pavilhões para as pessoas rezarem

Pessoas indo rezar no templo

Lindos pavilhões vistos de uma parte mais elevada


Templo Yuefei

Saindo de lá, pegamos mais um taxi, dessa vez para o templo Yuefei, um templo dedicado a tumba e a memória do General Yue Fei. Yue Fei viveu de 1103-1141 e ficou famoso devido a várias batalhas bem sucedidas pela Dinastia Song contra exércitos da Dinastia Jin, que dominava o norte da China. Ele preferia ter poucos, mas bem treinados soldados e com isso conseguia vencer mesmo estando em menor número. Entretanto, ele foi traído pelo imperador, que recebeu suborno do inimigo para acusá-lo de traidor e prendê-lo. Ele morreu na prisão e só alguns anos depois a injustiça foi reconhecida pelo novo imperador, que ordenou a construção de sua tumba e Yue Fei passou a ser considerado um grande herói da nação.
Entrada do Templo Yuefei

Templo Yuefei

Estátua de Yue Fei no pavilhão principal

Árvores com folhas vermelhas no templo

Depois de ter passado pelo Lingyin, o templo Yuefei não impressionava tanto, por ser menor, mas mesmo assim tinha paisagens muito bonitas, com pavilhões com detalhes em vermelho e uma grande estátua do general no pavilhão principal. Era interessante também que nos outros pavilhões havia várias pinturas, poemas, miniaturas e bonecos em tamanho real que auxiliavam a contar a história de Yue Fei. Mais adiante se encontrava a tumba de Yue Fei e seu filho, com várias flores recém colocadas e com várias estátuas na frente, inclusive a de Qin Hui, o chanceler responsável por conspirar a prisão de Yue Fei, ajoelhado como que para pagar seus pecados.


Pavilhões com a história de Yue Fei

Miniatura de Yue Fei e seu exército vitorioso

Boneco de cera de Yue Fei

Tumbas de Yue Fei e seu filho

Estátua de Qin Hui ajoelhado

Lago do Oeste

Perto do templo, ficava o Lago Xi Hu, ou Lago do Oeste em português. Ele ocupa 6,5 km² e é um dos principais pontos turísticos da região, tendo sido inspiração para muito poemas e pinturas antigas. Ao redor do lago existem várias atrações como parques, pontes, torres e pavilhões, mas como era uma área muito grande, passamos só por algumas partes mais pro oeste do lago. Fomos andando em meio as árvores, passando por pontes e pavilhões em direção a nossa próxima atração.

Caminho para o lago

Lago do Oeste

Ponte

No meio do caminho, sentamos em um banco de frente pro lago e comemos umas bolachinhas salgadas com cebolinha pra nos dar força pra caminhar mais. A vista era muito bonita e relaxante. Depois de uns 15min seguimos nosso caminho até onde acabava o parque em volta do lago e pegamos mais um táxi rapidinho pra poupar nossos pés porque o dia não estava nem na metade.

Bolachas de cebolinha

Quiosque e pavilhão na beira do lago


Museu do Chá e Museu da Seda

Fomos até o Museu Nacional do Chá porque tínhamos lido na internet que tinha um espaço lá onde dava pra provar vários tipos de chá. Fomos primeiro na área que era mais museu mesmo, um prédio de dois andares que contava a história do chá na China, os utensílios utilizados ao longo dos anos e os tipos de chás que existem. Essa parte até que era bem interessante, pra quem gosta de chá. Mas queríamos mesmo é provar. Só que o museu ocupava uma área enorme com diversos prédios diferentes. Tínhamos um mapa no folheto que pegamos ao entrar e tinha mapas espalhados pelo museu também, só que as informações deles simplesmente não batiam, nem as imagens, nem os nomes dos prédios. Chegamos a perguntar pra mais de uma pessoa onde seria a área que queríamos, mas sempre éramos direcionados a algum lugar para comprar chá e não provar. E era bem caro. Foi muito frustrante, nos sentimos perdendo tempo lá. Não recomendo. A não ser que você ame muito chá. Eu gosto de chá, mas na China tem lugar muito melhor pra comprar chá.

Bonecos de cera no Museu do Chá

Saindo de lá, pegamos um táxi pra outro museu. Felizmente, nesse, não ficavam tentando nos empurrar pra lugares onde teríamos que gastar mais. Era o Museu Nacional da Seda, que a princípio estávamos em dúvida se manteríamos no cronograma, devido à falta de tempo, mas acabou se mostrando bem mais interessante do que o museu do chá. Esse era museu mesmo, não armadilha pra turista. Ele mostrava com miniaturas todo o processo da fabricação da seda desde a criação da larva até a confecção do tecido. Mostrava os tipos de roupa feitos com seda ao longo dos anos e os equipamentos utilizados. No pátio ainda havia uma linda estátua da Imperatriz Leizu, que teria inventado a sericultura no século 27 a.c.


Museu da Seda

Miniaturas mostrando o processo de fabricação da seda

Painel com tipos de bordado com seda

Roupas antigas

Roupa com bordado de dragão

Estátua da Imperatriz Leizu

Torre das Seis Harmonias

Saindo do museu, pegamos um táxi para a Torre das Seis Harmonias, um pagode octagonal de 7 andares. Chegamos lá por volta das 14h e ainda não tínhamos almoçado, então estávamos com bastante fome. Como não tinha nenhum restaurante perto, passamos em um mercadinho tradicional e compramos mais bolachinhas pra pelo menos enganar a fome. Com os estômagos mais tranquilos, seguimos para a torre. Segundo a história, ela foi construída no ano de 970 e leva esse nome porque representa a harmonia entre as quatro direções (norte, sul, leste, oeste) e o céu e a terra. No ano de 1121 ela foi completamente destruída em uma batalha, mas foi reconstruída durante a Dinastia Song do Sul (1127-1279).



Torre das Seis Harmonias

A torre estava num estado bem velho, com a pintura desbotada, mas ainda assim era muito bonita e imponente. Era interessante que vista de fora, ela parecia ter 13 andares, mas de dentro ela tinha na verdade 7, ligados por escadas em espiral. Nós subimos até o topo dela e foi um verdadeiro desafio porque os degrais eram muito altos e estreitos, além de terem algumas falhas, tornando nossa subida bem difícil. Dava medo de pisar errado e cair, então tínhamos que ir bem devagar. Mas valeu à pena. A vista para o Rio Qiantang e para as árvores era muito bonita, mesmo com o tempo nublado.

Escadaria da torre

Vista para o Rio Qiantang

Vista para as árvores

Parque temático Songcheng

Saímos da Torre por volta das 15h e pegamos um táxi pra última e principal atração do dia, o Songcheng, um parque temático dedicado à Dinastia Song. O parque era enorme e tinha várias atrações. Quando nós fomos, uma parte dele estava em reforma, mas nem por isso foi menos interessante. Nós chegamos na entrada e a vista já impressionava. No teto vermelho do prédio haviam várias sombrinhas coloridas deixando a paisagem muito bonita. Compramos nossos ingressos e entramos no parque. Passamos por um corredor cheio de lojas e restaurantes em prédios com arquitetura tradicional e atravessamos uma ponte sobre o rio Song, que cruza o parque. A arquitetura dos prédios me lembrava um pouco o filme "A Viagem de Chihiro".

Teto da entrada do parque

Rio Song cruzando o parque

Toda essa parte estava em reforma

Do outro lado do rio, tinha um templo com várias estátuas, inclusive um buda gigante. Andando mais um pouco haviam várias barraquinhas com vendedores com roupas tradicionais vendendo petiscos e lembrancinhas, tinha também casas mal assombradas, casas com jogos e uma torre de vigia onde dava pra ver todo o parque. Pelas 17h tivemos uma refeição que a essa altura eu não sabia mais se era o almoço, mais um lanche ou a janta, mas era um arroz temperado que estava muito bom. 

Montanha com estátua de Buda

Interior do templo

Rua com barraquinhas e lojas

Mais uma ponte bonita

Estátua de Buda vista da torre

Torre de vigia

Arroz

Depois fomos assistir uma das principais atrações do parque, o Romance da Dinastia Song, um show com música, dança e acrobacias contando a história e as lendas de Hangzhou. Como faltava um tempinho ainda pro show começar, meu irmão foi no banheiro e eu fiquei esperando na frente do teatro. Nesse meio tempo apareceu um chinês e começou a puxar papo comigo em inglês, mas eu comecei a me sentir desconfortável porque ele estava perguntando muita coisa da minha vida e sou uma pessoa mais reservada, mas meu irmão finalmente chegou e eu fui correndo encontrar ele e nós entramos finalmente. 


Os lugares eram todos marcados de acordo com o valor do ingresso comprado na entrada e o show durava cerca de 1h. Conseguimos ficar numa das primeiras fileiras, mas mais pra lateral. Foi um show muito bonito e imersivo. Tinha partes em que os acrobatas surgiam do alto pendurados por fios e até uma parte em que as cadeiras onde as pessoas estavam se mexiam e o palco se enchia d'água! Era bem impressionante! Depois do show pegamos um táxi para a estação e voltamos para Shanghai. Por fim, vou deixar aqui um vídeo promocional do parque para mostrar melhor como era.

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2 comentários :

  1. Adorei o sexto dia, muitas paisagens bonitas, e fiquei curiosa sobre o "Romance da Dinastia Song". Esperando pelas próximas postagens ^-^

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    1. Oi Jana! Obrigada por comentar de novo! <3
      Que bom que gostou! Se você procurar no youtube "Song Dinasty Romance" vai encontrar vários vídeos de pessoas que gravaram o show pra matar um pouquinho a curiosidade :3
      Obrigada pela paciência! As postagens estão demorando mas aos pouquinhos estão saindo!
      Beijos~

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